Anahi Chaparro Ortiz De Zevallos
Kichwa Lamista;criação;movimento;território;corpos
Esta dissertação é uma reflexão sobre a experiência do caminhar (puriy) para as pessoas de Alto Pucalpillo, aldeia Kichwa Lamista que habita no sopé da Amazônia peruana, e sobre suas relações de criação com outros seres, incluindo aos lugares conectados nestas andanças. Para isso, faço primeiro um repasse do processo de territorialização que atravessaram as bacias dos rios Meio e Baixo Mayo e Meio e Baixo Huallaga desde sua colonização, para depois partir de Alto Pucalpillo e seguir com eles seus caminhos. Para me aproximar das suas relações, retomo algumas das ações que eles mesmos enfatizam na hora de falar sobre a regeneração dos parentes e a familiarização dos outros mediante o modelamento de corpos semelhantes. Entre seus caminhos, detenho-me mais tempo nos que percorrem os lugares que, hoje em dia, formam parte da Área de Conservação “Cordillera Escalera”, criada pelo Governo Regional de San Martín no ano 2005, sem consultar à população indígena e dentro da qual as famílias de Alto Pucalpillo foram obrigadas a abandonar suas roças. A partir dos questionamentos que levantou este acontecimento, proponho repensar como têm sido abordadas tanto na antropologia quanto nas políticas regionais de desenvolvimento sustentável as relações entre ficar e andar, cultivar e caçar e desmatar e conservar. Neste sentido, este trabalho visa contribuir com uma reflexão sobre como nos aproximar delas desde os afetos envolvidos na criação (wiway), na regeneração da vida.