Kenia Araujo Pires
Corpo;experiência;descolonização;sobrevivência
A presente pesquisa tem como ponto de partida as práticas e discussões suscitadas pela oficina “Processos escavatórios para habitar o corpo – Resistências feministas na arte da vida”, ocorrida no Rio de Janeiro, entre abril e julho de 2016. Através de uma escrita fronteiriça, busco dialogar minhas próprias experiências e percepções enquanto participante da oficina com as de minhas interlocutoras. Atuando como dispositivos pedagógicos, as práticas realizadas centralizavam o corpo enquanto agente de apreensão do mundo, e criavam, a partir do encontro de diferentes sujeitos, um espaço de trocas e conexões para se pensar modos de vida e mundos possíveis, onde processos subjetivos eram experienciados na coletividade. Levando em consideração os impactos da colonialidade na subjetivação e os atravessamentos de gênero, raça, classe e sexualidade, busco, a partir das experiências e trajetórias de diferentes sujeitos, pensar o corpo e suas potencialidades enquanto lugar de construção de singularizações e estratégias de sobrevivência. Desdobra-se desse processo, também, a possibilidade de produção de saberes outros, localizados e encarnados, que escapem da lógica racionalista ocidental.
