Programa de Pós-Graduação em Antropologia

O jabuti e a sucuri: imagens da cosmopolítica munduruku

Autor(a):

Diego da Silva Tavares


Palavras-chave:

Munduruku;cosmopolítica;desenvolvimentismo;Amazônia


Resumo

Um grito de guerra pôde ser ouvido à oeste do Pará. “Sawe! “gritam os Munduruku, povo indígena que se assenta nas bacias do Rio Tapajóse seus afluentes. Em 2014 eles iniciaram a autodemarcação de seu território, processo que representa a defesa contra a construção do complexo hidrelétrico do Tapajós.

Este projeto, que prevê a construção de um complexo de hidrelétricas na região, é considerado “estratégico” pelo governo federal e vai atingir diretamente o território Daje Kapap Eypi, sagrado para Munduruku.

Assim, a presente dissertação se insere nas preocupações de uma antropologia da política ao partir do questionamento do que pode ser uma dimensão do político em sociedades não ocidentais, e se constituirá de uma etnografia sobre o movimento político munduruku contra os projetos de desenvolvimento e do processo de autodemarcaão de seu território.

Através do movimento denominado Ipereg Ayu, iniciaram um conjunto de ações e alianças contra as hidrelétricas impostas pelo governo e por grandes empresas na região. Esta etnografia visa, portanto, elaborar uma descrição da cosmopolítica Munduruku, em meio a uma guerra contemporânea que não se dá apenas na floresta, mas também na cidade, na web, no youtube, no congresso federal, em salas de reuniões, e em manifestações, tirando das sombras sujeitos e práticas excluídos de uma política dita como oficial.

Assim, pretende-se 0aqui revelar as maneiras particulares com que o povo ameríndio estudado afeta e é afetado por essa disputa; articulando outros atores nesse processo, não sendo eles necessariamente humanos.

Meu intento é o de fazer um experimento teórico-metodológico, isto é político, tomando partido do projeto proposto de “politização da natureza” cujo objetivo é problematizar a distinção política entre humanos e não-humanos, cultura e natureza, sociedade e ambiente. Aqui, estarei sendo guiado pelas perspectiva dos sujeitos, isto é,do povo Munduruku, tomando a questão da cosmopolítica como o fio condutor da trama. perspectivas dos sujeitos, isto é, do povo Munduruku, tomando a questão da cosmopolítica como o fio condutor da trama anos, cultura e natureza, sociedade e ambiente.

Aqui, estarei sendo guiado pelas perspectivas dos sujeitos, isto é, do povo Munduruku, tomando a questão da cosmopolítica como o fio condutor da trama.


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