Mariana Carolina Leon Villagra
performance;afro-chilenos;tumba carnaval;comparsa
Esta dissertação busca compreender o processo de “recriação” da performance tumba carnaval e a constituição da primeira comparsa afrodescendente em Arica (Chile) a partir do ano de 2003.
Tal processo se insere no fenômeno de “renascimento cultural afrochileno”, em que a comunidade constrói suas memórias e experiências a partir da ênfase em determinados elementos culturais e apresentando certa consciência histórica acerca da chilenización (processo de anexação deste território à nação chilena, após a Guerra do Pacífico).
No dito renascimento, a comunidade salienta narrativas acerca do mundo rural e de suas festividades como antigos negros agricultores. Neste contexto, a performance do tumba carnaval, com a criação de elementos sonoros, rítmicos, e de movimentos corporais próprios constituem uma linguagem centrada na experiência que permite narrar a história dos antigos avós negros agricultores.
Aqui, a comparsa mobiliza a performance musical, cujos movimentos representam trabalhos agrícolas de outrora e se desdobra em ação pública no carnaval, abrindo conteúdos ocultados e se contrapondo a um relato hegemônico nacional chileno do qual os afrodescendentes ou negros não são incluídos, constituindo assim um modo particular de se pensar comunidade nos Andes.