Programa de Pós-Graduação em Antropologia

O “homem de coragem” da Volta Grande e o “projeto destruidor” da barragem Belo Monte: expropriação e resistências entre agricultores

Autor(a):

Matheus Benassuly Maues de Medeiros


Palavras-chave:

Estudo de narrativas;Hidrelétrica de Belo Monte;Movimentos sociais na Transamazônica


Resumo

Trata de estudo de narrativas construídas por um agricultor, Lúcio, deslocado compulsoriamente de suas terras, em Volta Grande do Xingu, município de Vitória do Xingu-PA, para o município de Placas-PA, em razão da construção da barragem de Belo Monte. O material escrito que Lúcio foi elaborando e organizando em cadernos, assim, é submetido à análise.

Busco explicitar minhas principais reflexões quanto ao trabalho de campo realizado na região da Transamazônica, compreendendo os municípios de Altamira e Placas.

Em seguida, por meio de exposição da trajetória social alcançada por Lúcio, impressa em seus cadernos, e da análise da interlocução do autor/agricultor com Antônia Melo (principal representante do Movimento Xingu Vivo Para Sempre) e com Sônia Magalhães (antropóloga cujo engajamento político e científico remete aos efeitos sociais de barragens), remarco os modos de organização dos movimentos sociais e sobre o acúmulo e longo processo de aprendizado correspondente às históricas mobilizações na região em face de programas e projetos externos às populações locais.

Compreendendo os escritos de Lúcio como um arquivar-se e um modo de escrever-se, constituir-se a si mesmo, no processo de luta, busco analisar os princípios que norteiam as ações e os sentidos atribuídos ao violento processo a que foi submetido Lúcio e o grupo do qual fazia parte.


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