Programa de Pós-Graduação em Antropologia

RITUAIS DE REBELIÃO À BRASILEIRA Distintividade cultural e reconhecimento étnico nas Semanas Culturais do Toldo Chimbangue em Chapecó-SC

Autor(a):

Adiles Savoldi


Palavras-chave:

Kaingang; Guarani; Etnicidade; Dia do Índio.


Resumo

A proposta da pesquisa é refletir sobre os múltiplos planos das experiências e fluxos que mobilizaram/mobilizam o ritual da Semana Cultural desenvolvido nos últimos anos, por ocasião do dia 19 de abril, em Terras Indígenas (TI) do sul do Brasil, mais especificamente na TI Toldo Chimbangue, em Chapecó, Santa Catarina.

A partir da Constituição de 1988, os povos indígenas, motivados por direitos e possibilidades de desenvolver uma educação intercultural, específica e diferenciada organizam eventos culturais nas escolas indígenas. Desde 2000, as atividades culturais, organizadas por professores, alunos e comunidades indígenas, têm propiciado uma dinâmica nas quais narram sua história e expressam suas manifestações culturais.

A proposta da pesquisa foi etnografar o contexto e o cenário dos encontros entre os Kaingang, Guarani e o público visitante durante as Semanas culturais e ainda acompanhar a construção de narrativas expressas pelos distintos grupos num contexto de interação onde há confronto de visões e divisões de mundo. Durante a pesquisa foi possível acompanhar também os bastidores da programação interna da realização da Semana Cultural, buscou-se entender os modos de conhecimento, na perspectiva de Barth (1987) que orientaram a seleção dos sinais diacríticos na construção e afirmações de identidades Kaingang e Guarani. Esses processos marcaram as negociações de sentidos atribuídos ao que se quer imprimir como modos de conhecimento Kaingang e Guarani.

Buscou-se compreender esses processos desencadeados pelas suas organizações, na defesa e regulamentação de seus territórios, na luta pelo acesso à cidadania e sobre os desdobramentos das relações de distintividade e performance cultural.

As experiências vivenciadas pelos Kaingang e Guarani revelaram as leituras e atualizações das tradições marcadas por uma luta simbólica no plano da “moral do reconhecimento”, na qual se almeja, o respeito e o reconhecimento nas distintas dimensões dos aspectos que os constituem.

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