Programa de Pós-Graduação em Antropologia

A escola de samba em movimento: reverberações sobre o chão afro-brasileiro da Acadêmicos do Salgueiro

Autor(a):

Vitor Goncalves Pimenta


Palavras-chave:

Chão afro-brasileiro;Movimento;Corporeidade;Escola de Samba;Salgueiro


Resumo

Neste desfile etnográfico, busco pensar estética e politicamente a performance do chão afro-brasileiro nos ensaios e desfiles da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, na cidade do Rio de Janeiro. O chão da escola corresponde à comunidade do Salgueiro, ou seja, um grande grupo de corpos, que se subdivide nas diversas alas que compõem a agremiação da escola de samba, sendo responsável pelo assentamento da escola.

A comunidade é formada pela ala das baianas, a ala da Velha Guarda, os três casais de mestre-sala e porta-bandeira, a ala dos/as passistas, a ala da bateria, ala dos compositores, as alas que contam o enredo da escola, os/as componentes das alegorias, e a equipe do carro de som, composta por instrumentistas, intérpretes e os/as diretores/as de harmonia.

Assim, partindo de uma observação participante e dançante, e da utilização de entrevista semiestruturada, foco nas alas que contam o enredo da escola. O objetivo é evocar o movimento dos corpos da comunidade que fazem o carnaval na sua dimensão performática, refletindo sobre esta corporeidade. O desfilar se faz com corpos conectados ao chão, aos outros corpos, ao cosmos, reverenciando os corpos ancestrais que vieram anteriormente.

O chão afro-brasileiro do Salgueiro ilumina os/as componentes com uma existência ligada ao corpo vivo, reconhecendo e valorizando os movimentos existenciais afro-brasileiros. O chão afro-brasileiro da escola de samba nos ensina que o encantamento e a potência do ser se dão no encontro dos corpos, quando o corpo é vida comunitária em movimento.


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