Luiza Aragon Ovalle
vítima;segurança pública;discursos de ódio;EAD;antropologia
Esta tese trata do encontro entre expressões de duas gramáticas operantes na sociedade brasileira, colocadas sob descrição etnográfica através da trajetória de alunos-policiais do curso Tecnólogo em Segurança Pública e Social, oferecido pela Universidade Federal Fluminense a agentes de segurança pública na ativa, em contraste com discursos de ódio acessados através de grupos fechados de Facebook, dentre os quais se destaca o grupo “Bandido bom é bandido morto”.
As diferentes moralidades percebidas pelos profissionais que, na modalidade semi-presencial de ensino onde o referido curso se insere, são responsáveis pelo papel do professor nos levam a mapear a polissemia da palavra vítima. Discuto estes significados diversos através de situações onde professores, alunos e internautas acusam alguém de fazer-se de vítima, ou atribuem esta categoria a si mesmos nesses ambientes virtuais.
O uso desta categoria, portanto, explicita os sentidos de justiça operados por policiais em salas de aula virtuais e seus professores antropólogos, advogados, sociólogos, historiadores os quais, ao pensar se bandidos, vagabundas ou policiais podem ser vítimas de violência urbana ou desigualdades de condições sociais, são reveladores de duas gramáticas que disputam legitimidade perante o Estado brasileiro.