Fabio Leandro Halmenschlager
campesinato;agricultores familiares;RESEX;Transamazônica
Por este texto de tese, enfoco a situação social decorrente da sobreposição parcial do Projeto de Assentamento Campo Verde pela Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio. Por este investimento, dedico-me ao registo de denúncias de camponeses obtidas mediante situação de pesquisa empírica, que mostram as condições pelas quais eles se aproximam ou se distanciam dos órgãos estatais responsáveis, tais como o Incra e o Ibama.
Destaco ainda que, nessas relações sociais, estão em jogo a construção de processos de reivindicação de reconhecimento identitário expressos nas categorias de “colono”, “colonheiro”, “lavrador” ou “agricultor”. Essas categorias locais são acionadas em contextos de interação, cujos valores são relativizados pela noção de “pai de família”.
Valho-me, para tanto, para compreender essas situações de denúncias, de conceitos fundadores nas teorias do campesinato, tal como proposto por Chayanov, Shanin, Neves e Van der Ploeg. Essas apropriações, como as aciono, são devidamente relativizadas a partir dos contextos de construção do chamado projeto camponês enquanto um modo de vida que se reproduz segundo o modelo idealizado de agricultura familiar.