Nathalia Schneider
Imagem; Internet; Fotografia; Mídia Ninja.
O objetivo desta pesquisa é refletir sobre a relação entre imagem, internet e formas de fazer políticas. Para isso, construo uma perspectiva corporificada e situada a partir da minha experiência com a Mídia Ninja nas chamadas Jornadas de Junho – quando o grupo tornou-se conhecido ao realizar coberturas em tempo real e de dentro dos protestos –, e em mobilizações mais recentes, principalmente, em contextos feministas, como os protestos de 8 de Março no Rio de Janeiro (RJ) e o Encontro Latino-Americano de Feminismo, ambos em 2018.
A Mídia Ninja é uma mídia independente brasileira formada por midialivristas e ativistas da rede de coletivos Fora do Eixo, ambos dos quais fui integrante e militante. Assim, seguindo o rastro das críticas feministas, pós-coloniais e decoloniais, coloco-me enquanto pesquisadora e militante. Dessa forma, procuro observar o processo complexo de produção – que envolve etapas de fabricação, circulação e consumo – de imagens da Mídia Ninja nas continuidades entre as ruas online e as ruas offline.
Argumento que a reflexão não se encerra nas fotografias em si, mas tem como ponto de partida as mesmas, ou seja, olhar o que está além das fotografias, indagando a partir delas. Observo, portanto, como a Mídia Ninja busca criar uma contra-visualidade, desautorizando a autoridade da visualidade e reivindicando o direito a olhar de dentro.
Por fim, apresento que é a partir dessa produção de imagens de dentro das mobilizações e manifestações que a Mídia Ninja desenvolve sua forma de fazer política e (re)constrói alianças.