Miguel Angel Valderrama Zevallos
Kichwa; Bajo Huallaga; domínio; sal; circulação
A presente dissertação visa contribuir para as reflexões sobre a relação entre populações Kichwa da Amazônia peruana e a floresta que habitam. Por meio de uma pesquisa de corte etnográfico, me concentrei na descrição dos vínculos que as pessoas de Callanayaku, aldeia Kichwa do Bajo Huallaga, estabeleceram com o sal da Montanha e o depósito salino de onde é obtido.
Desse modo, chamo a atenção para vários âmbitos de relacionamento na aldeia, tanto no passado quanto no presente, que envolveram o sal da Montanha: o comércio, as relações com as políticas do Estado peruano, as relações com outros povos indígenas e seres da floresta, as atividades de pesca e caça, a preservação de alimentos, entre outras.
A partir deles, delineei alguns traços da sociologia das pessoas em Callanayaku que envolve a circulação do sal, principalmente a compreensão de como se configuram as formas de domínio da salina, quais foram suas principais caraterísticas e quais as implicações destas para as mudanças nas relações das pessoas, entre elas e com o sal.
De igual modo, os contextos relacionais lançaram luz sobre o papel do saber nas formas de domínio Kichwa sobre as salinas e sobre outros seres na floresta, ressaltando que para as pessoas da aldeia o sal não apenas é considerado como bem comercial, mas como dispositivo de socialidade mais amplo.
