Luisa Machado De Siqueira
Desastre da Samarco; Atingidos; Reconhecimento; Reparação; Justiça.
Contextualizando o rompimento da barragem de Fundão, que aconteceu no dia 5 de novembro de 2015, em Mariana-MG, em um cenário local de dependência minerária e considerando a crença no desenvolvimento que atua globalmente, este trabalho analisa as divergências na construção da narrativa sobre o rompimento da barragem e seus efeitos no processo de reconhecimento e reparação dos afetados.
A reflexão se estende às transformações nas relações sociais em Mariana, a partir de dois efeitos específicos produzidos com o rompimento: o deslocamento compulsório dos atingidos de subdistritos do município para a cidade-sede e a paralisação das operações da mineradora responsável Samarco S/A. Para entender como estes modificam a vida cotidiana e constroem movimentos de resistência e busca por justiça.
Assim, os diversos usos da categoria “atingido”, mobilizado nas distintas afetações produzidas pelo desastre, se tornam fundamentais para entender como os atores constroem suas memórias e discursos sobre as afetações e sofrimento social a que são submetidos no prolongado processo que caracteriza o desastre da Samarco.