Mario Pereira Borba
escola;atenção;cuidado;subjetividade;diferença;diagnóstico;TDAH
A partir de uma etnografia realizada em uma escola pública, essa tese aborda mobilizações de atenção e cuidado em torno da concepção de problemas de estudantes com comportamentos não conformes ou perturbadores. Discuto a mobilização da atenção como uma das grandes empreitadas da escola, concebida de várias formas nesse cotidiano, entre relações de força e de cuidado.
Argumento que a percepção sobre cada estudante está intimamente relacionada a uma convocação escolar que situa o problema da atenção como central na concepção de uma subjetividade produtiva. Ao enfatizar a complexidade desse problema e as relações de cuidado envolvidas nessas situações, situo diferentes imaginações envolvidas na produção dos estudantes, a partir das margens do esperado, da divergência, lugar do específico e do contingente.
Percorro, portanto, os modos como esses problemas são concebidos, os espaços e momentos onde eles aparecem em destaque, entremeados por tentativas de compreensão e atribuições de responsabilidades.
Partindo do cotidiano de trabalho de um Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas, abordo a forma como são concebidos os problemas e recursos para lidar com eles, a produção do diagnóstico do TDAH, a circulação de laudos, o tema da automutilação, produções de subjetividade e diferença – pensando sobre como se configura ter um problema, uma necessidade específica, uma repetência, um diagnóstico.