Programa de Pós-Graduação em Antropologia

Saberes Marginalizados e a escrita de outros amanhãs: emancipação e não-vidência em produções artístico-literárias

Autor(a):

Felipe Moreira


Palavras-chave:

Antropologia do Corpo;Não-vidência;Antropologia da Arte;Performance;Epistemologia


Resumo

Esta pesquisa buscou compreender a construção da noção de deficiência em seus aspectos estruturais e históricos, o processo de apagamento da produção e legitimidade do conhecimento não-vidente. Atentou-se para a ineficácia do modelo social, atualmente incorporado nas instituições estatais, em atualizar uma verdadeira inclusão dos saberes e vivências desabilitistas em nossa sociedade para além de uma adaptação estéril que ignore suas potências.

Discuto aqui o espetáculo Desassossego em Branco, a instalação The Invisible Exhibition e a literatura de Jorge Luis Borges, além de locutores vários presentes na pesquisa. Tais produções e projetos, elaborados por pessoas não-videntes, voltam-se para a produção de suas próprias narrativas e combate a este processo de assujeitamento, resistindo às dinâmicas capacitistas nas práticas diárias e relações institucionais.

Suas atualizações de uma epistemologia não-vidente tanto irradiam uma retomada emancipatória de conhecimentos legítimos quanto denunciam o processo de naturalização da vidência compulsória e corporalidade hegemônica ocidental moderna.

Intento, via registro antropológico de tal movimento, difundir as literaturas menores sendo produzidas para além da matriz patológica e paternalista a discursar sobre a diversidade corporal, habilitando a experiência da deficiência e escrevendo seus próprios amanhãs.


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