Sara Sousa Mendonca
parto;humanização;enfermeiras obstetras;maternidade pública
Esta pesquisa é uma etnografia da política de humanização em uma maternidade pública na cidade do Rio de Janeiro, pelo viés das enfermeiras obstetras e das mulheres por elas atendidas. Os significados do termo humanização são objeto de disputa entre ativistas, usuárias, profissionais da saúde e gestores e mesmo internamente a estas categorias.
As disputas em torno do termo e a ampliação de uma ideologia inicialmente associada à camadas médias especificas – agentes do ativismo em torno da questão – à setores mais amplos da população, através de politicas públicas de saúde, instigaram a escolha de uma maternidade pública como locus de pesquisa.
Esta tese busca construir interpretações a respeito da institucionalização deste modelo, abarcando a permanente tensão entre o ideário promovido pelo movimento pela humanização do parto, os saberes-poderes biomédicos e as estruturas da instituição médico-hospitalar. Bem como o dialogo com o grupo majoritário de usuárias da maternidade, que não necessariamente desejam um parto que “respeita a fisiologia do parto” e seja completamente sem intervenções.